Presente em praticamente todas as células do nosso corpo, a CoQ10 é especialmente abundante no coração.
Isso porque este órgão exige energia constante para funcionar de forma adequada. Portanto, a CoQ10 é essencial para manter a vitalidade do músculo cardíaco e reduzir os riscos de complicações.
Entenda, então, qual a relação direta entre CoQ10 e saúde cardiovascular, e saiba como este nutriente protege e fortalece seu coração!
Relação entre energia celular e função cardíaca
Antes de tudo, é preciso entender que o coração é um dos órgãos que mais consome energia.
Uma vez que, para manter o ritmo constante das batidas, as células cardíacas dependem de processos eficientes de produção energética, nos quais a CoQ10 (coenzima Q10) é indispensável.
Então, sem esse nutriente, há uma queda importante na capacidade das mitocôndrias gerarem ATP (molécula que fornece energia), comprometendo a contração muscular do coração.
Além disso, a deficiência dessa coenzima pode prejudicar a elasticidade dos vasos sanguíneos, favorecendo o aumento da pressão arterial.
Isso porque a CoQ10 auxilia na produção de óxido nítrico, um composto responsável por relaxar as artérias e permitir que o sangue flua sem resistência excessiva.
Como a CoQ10 atua como antioxidante no coração?
Um dos pontos mais importantes sobre a coenzima Q10 é o seu impacto na função endotelial.
De modo geral, o endotélio é a camada interna das artérias, responsável por controlar a dilatação dos vasos.
Quando ocorre disfunção endotelial, as artérias perdem a capacidade de relaxar, permanecendo contraídas e dificultando a circulação sanguínea.
Por consequência, esse problema contribui para a hipertensão e aumenta o risco de entupimento nas artérias. O que pode levar a casos mais graves, como infarto ou AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Nesse contexto, a suplementação com CoQ10 pode ajudar a restaurar o funcionamento adequado do endotélio, favorecendo a vasodilatação e prevenindo complicações cardiovasculares graves.
Outra ação importante da CoQ10 é sua função antioxidante. Assim, ela neutraliza os radicais livres, que são moléculas instáveis que danificam células e aceleram o envelhecimento do sistema cardiovascular.
O que contribui para a prevenção de placas de gordura nas artérias, diminuindo a chance de aterosclerose e infarto.
Dessa forma, a coenzima protege as células cardíacas contra a inflamação crônica e a degeneração precoce.
O que mostram as evidências científicas?
Alguns estudos demonstram que a CoQ10 pode auxiliar no controle da pressão arterial. Neste caso, ela atua tanto diminuindo a resistência vascular quanto regulando processos metabólicos que afetam a circulação.
Como resultado, a pressão arterial tende a se manter mais estável em pessoas que estão com níveis adequados deste nutriente no corpo.
Além disso, a CoQ10 ajuda a reduzir o colesterol LDL e os triglicerídeos, dois marcadores associados ao risco de infarto e AVC.
Bem como, pode melhorar a sensibilidade à insulina. O que diminui as chances de resistência insulínica e diabetes, outros fatores que também impactam a saúde cardiovascular.
No mais, os resultados dos estudos indicam que a suplementação prolongada é segura, bem tolerada e oferece bons desfechos clínicos. Entretanto, o uso deve ser feito com orientação médica ou nutricional.
CoQ10 e uso de estatinas
As estatinas, como sinvastatina, pravastatina, atorvastatina ou fluvastatina, estão entre os medicamentos mais prescritos para reduzir o colesterol e prevenir complicações cardiovasculares graves.
Contudo, apesar da eficácia, o seu uso contínuo pode levar a diminuição da produção natural de coenzima Q10 no organismo.
Isso acontece porque as estatinas bloqueiam a enzima HMG-CoA redutase, que é fundamental para a síntese do colesterol no fígado.
No entanto, esse mesmo caminho metabólico é responsável pela produção da CoQ10. Dessa forma, além de reduzir o colesterol, essas medicações acabam diminuindo as concentrações dessa coenzima nas mitocôndrias.
Com o tempo, essa redução pode resultar em sintomas como fraqueza muscular, diminuição da performance física, irritabilidade, enxaqueca, cãibras noturnas, dores recorrentes e fadiga persistente.
Em alguns pacientes, o déficit de coenzima Q10 também está associado ao aumento da resistência insulínica, piora do metabolismo energético e maior risco de complicações metabólicas.
Além disso, alguns estudos sugerem que a queda nos níveis de CoQ10 pode afetar a vitalidade cardíaca. Uma vez que o coração é um dos órgãos que mais consome essa coenzima para manter sua contração constante.
Por isso, a suplementação com CoQ10 vem sendo considerada uma estratégia complementar para pessoas que utilizam estatinas de forma crônica, a fim de prevenir esses efeitos colaterais.
Entretanto, devemos destacar que nem todos os pacientes necessitam dessa reposição. Visto que a necessidade e a dosagem variam conforme a resposta individual ao medicamento, idade, estilo de vida e histórico de saúde.
Como incluir a CoQ10 na rotina?
Mesmo que nosso corpo produza CoQ10 naturalmente, a quantidade pode não ser suficiente em todas as fases da vida.
Por isso, manter um bom consumo alimentar também é importante. Neste caso, peixes como sardinha, salmão e atum são ótimas fontes.
Assim como carnes vermelhas, frango, ovos, laticínios, nozes, sementes e vegetais verde-escuros.
Contudo, vale reforçar que a ingestão apenas pela dieta dificilmente atinge níveis terapêuticos.
Desse modo, os alimentos contribuem para a manutenção. Mas, em casos de maior necessidade, a suplementação pode ser feita.
Suplementação de CoQ10: quando considerar?
De modo geral, a suplementação é a forma mais prática de alcançar concentrações eficazes de CoQ10.
Assim, pessoas com hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, colesterol alto ou que utilizam estatinas podem ter efeitos positivos.
Entretanto, a dose deve ser ajustada conforme a condição clínica e a orientação profissional, já que tanto a absorção quanto a necessidade variam de indivíduo para indivíduo.
O que avaliar na hora de comprar o suplemento?
Em primeiro lugar, observe a quantidade de coenzima Q10 em cada dose. No geral, é recomendado em torno de 100 a 200 mg por dia.
Mas, lembrando, isso pode alterar de acordo com a necessidade de cada pessoa e a avaliação de um profissional.
Além disso, verifique se o produto contém veículos lipídicos, porque a coenzima Q10 é lipossolúvel e a sua absorção é otimizada quando associada a óleos ou gorduras saudáveis, como TCM ou ômega 3.
Outro ponto relevante é a transparência da marca, como a Vhita, que certifica à pureza e qualidade do produto.
Tudo isso através de testes laboratoriais que comprovam a ausência de contaminantes e asseguram a concentração declarada no rótulo.
Referências
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