A enxaqueca é uma das dores de cabeça mais incapacitantes que existem, atingindo milhões de pessoas no mundo todo e prejudicando tanto a vida pessoal quanto a profissional.
Em muitos casos, ela pode vir acompanhada de náuseas, vômitos e hipersensibilidade à luz e filhos.
Por isso, tem crescido o interesse em tratamentos naturais complementares para o alívio dos sintomas.
Assim, algumas evidências mostram a relação entre magnésio e dor de cabeça, e seu uso na prevenção de enxaquecas. Confira!
O que são enxaquecas e por que acontecem?
A enxaqueca é diferente de uma dor de cabeça comum. Visto que ela provoca uma dor latejante, geralmente em apenas um lado da cabeça, que pode durar horas ou até dias.
Além disso, a dor costuma ser acompanhada de outros sintomas como prazer, visão turva e intolerância a ruídos.
Apesar de ser mais frequente em mulheres, especialmente devido às oscilações hormonais, a enxaqueca pode afetar qualquer pessoa.
Entre os fatores desencadeantes, os mais comuns são o estresse, privação de sono, consumo excessivo de estimulantes como café e refrigerantes de cola e distúrbios químicos tóxicos.
Vale mencionar que, por ser uma condição genética e crônica, não existe cura definitiva para a enxaqueca, mas há estratégias para prevenir as crises e amenizar os sintomas.
O papel do magnésio no cérebro
O magnésio é um mineral essencial para o funcionamento adequado do sistema nervoso.
Com isso, ele participa do equilíbrio de neurotransmissores como serotonina e dopamina, que influenciam o humor, a sensação de dor e o bem-estar.
Outro ponto importante é sua ação nos receptores NMDA. Isso porque, quando há excesso de estímulos nesses receptores, ocorre uma hiperatividade cerebral que pode resultar em crises de enxaqueca.
Neste caso, o magnésio atua como um bloqueador natural , ajudando a estabilizar essa atividade elétrica.
Além disso, promove a liberação de óxido nítrico, que dilata os vasos sanguíneos e melhora a circulação cerebral. O que contribui para reduzir a pressão que provoca dor e desconforto durante as crises.
Deficiência de magnésio e risco de enxaquecas
A falta de magnésio não é, por si só, causa da enxaqueca. No entanto, a sua deficiência pode aumentar a frequência e a intensidade das crises.
Geralmente, a carência de magnésio tende a ocorrer em atletas, praticantes de exercícios intensos, idosos, gestantes ou indivíduos que seguem dietas restritivas
Por isso, é importante investigar os níveis de magnésio nos exames de rotina para corrigir a deficiência o quanto antes, caso haja.
Estudos científicos sobre magnésio e enxaqueca
Pesquisas mostram que a suplementação de magnésio pode reduzir tanto a intensidade quanto a frequência das crises de enxaqueca, em casos de deficiência.
Em alguns estudos clínicos, pacientes que receberam doses regulares apresentaram menos episódios incapacitantes ao longo dos meses de acompanhamento.
No entanto, são precisos mais estudos para aumentar o nível de evidência. Contudo, a literatura científica sugere que o magnésio pode ser um coadjuvante no tratamento complementar, especialmente em mulheres com enxaqueca ligada ao ciclo menstrual.
Fontes de magnésio na dieta
Os alimentos ricos em magnésio são os vegetais verdes-escuros como couve e espinafre, sementes de abóbora, gergelim e chia, leguminosas, grãos integrais e oleaginosas.
No entanto, mesmo com uma dieta variada, muitas vezes é difícil atingir níveis ideais apenas com alimentos, principalmente em pessoas com maior demanda metabólica ou absorção reduzida.
Assim, pode ser necessário complementar com a suplementação. Neste caso, consulte seu médico ou nutricionista para avaliar se você precisa de suplementos adicionais.
Suplementação de magnésio na prevenção de enxaquecas
Para aqueles que apresentam crises frequentes de enxaqueca e não fornecem magnésio suficiente apenas pela alimentação, a suplementação pode ser considerada.
Com isso, estudos indicam que formas queladas de magnésio são as melhores opções, como o magnésio bisglicinato, dimalato e taurato , porque têm melhor absorção e são mais eficazes em manter níveis libertos no organismo.
Ainda assim, reforçamos que a suplementação deve ser orientada por um médico ou nutricionista. Isso porque doses contaminadas podem causar efeitos adversos, como diarreia, náusea e alterações na pressão arterial.
Quando considerar o uso do magnésio para enxaqueca?
O magnésio pode ser um coadjuvante importante para quem enfrenta enxaquecas recorrentes, especialmente quando os sintomas estão ligados ao estresse, ao ciclo menstrual ou às deficiências nutricionais.
Bem como, ele também pode beneficiar pessoas que não respondem bem apenas a medicamentos ocasionais ou que buscam estratégias complementares naturais para melhorar a qualidade de vida .
Porém, antes de iniciar o uso, é necessário investigar os fatores desencadeantes de cada pessoa e definir a dose adequada de forma individualizada.
A importância de um tratamento integrado para a enxaqueca
Usar magnésio para a enxaqueca pode ser uma proposta interessante, mas o suplemento de forma isolada não faz milagre. Logo, é necessário combiná-lo com um tratamento integrado.
Por ser uma condição multifatorial, é importante adotar um conjunto de estratégias que atuem em diferentes aspectos do organismo.
De início, busque manter uma prática regular de exercício físico, pois ajuda a manter a circulação sanguínea cerebral, reduz o estresse e promove a liberação de endorfinas, que aliviam a dor e melhoram o humor.
Além disso, a qualidade do sono é determinante para o controle das crises.
Dessa forma, as pessoas que sofrem com enxaqueca precisam manter horários regulares para dormir e acordar, evitando variações que possam desregular o sistema nervoso.
O magnésio também pode ajudar nesse ponto, já que auxilia na indução de um sono mais profundo e reparador.
Outro ponto de destaque é a alimentação. Visto que uma dieta equilibrada, rica em vegetais, frutas, oleaginosas e grãos integrais, fornece nutrientes que atuam na saúde neurológica.
Ao mesmo tempo, é necessário reduzir o consumo de alimentos desencadeadores de crises, como bebidas alcoólicas, cafeína em excesso, embutidos e ultraprocessados ricos em aditivos.
Bem como, o manejo do estresse é uma peça-chave no tratamento integrado. Neste caso, práticas como meditação, yoga, respiração profunda e terapias manuais, como a massagem, ajudam a diminuir a tensão muscular e os níveis de ansiedade.
Não mais, quando necessário, o médico pode indicar medicamentos analgésicos ou profiláticos.
Referências
BARBAGALLO, M.; VERONESE, N.; DOMINGUEZ, LJ Magnésio no Envelhecimento, Saúde e Doenças . Nutrientes . v. 13, n. 463, p. 1-20, 2021.
CARVALHO, SML et al . Aumento da ingestão de magnésio na dieta associada à redução da dor crônica: Uma revisão sistemática . Anais da Faculdade de Medicina de Olinda . 2, n. 2, pág. 1-45, 2019.
LARA, JN et al . A INFLUÊNCIA DA BAIXA CONCENTRAÇÃO DE MAGNÉSIO EM DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS COMO A EPILEPSIA E ENXAQUECA . Revista Multidisciplinar De Educação E Meio Ambiente . 2, n. 2, pág. 94, 2021.
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