As mitocôndrias, popularmente chamadas de “usinas de energia” do nosso corpo, são estruturas que produzem energia, permitindo que as nossas células executem suas funções.
Já a CoQ10, ou coenzima Q10, é um composto que atua dentro das mitocôndrias. Dessa forma, ela é responsável por preservar o funcionamento dessas estruturas, garantindo a produção energética adequada.
Por isso, a queda natural de CoQ10 por conta do envelhecimento pode comprometer a energia, disposição e a saúde celular.
Então, continue conosco para entender o que são as mitocôndrias, e como a CoQ10 alimenta as usinas de energia do seu corpo!
O que são mitocôndrias e por que são chamadas de “usinas de energia”?
As mitocôndrias são organelas celulares especializadas em gerar energia. Assim, elas convertem glicose, gorduras e proteínas em ATP.
Em síntese, o ATP é como se fosse a moeda energética utilizada como combustível universal para todas as reações biológicas do nosso corpo.
Portanto, sem as mitocôndrias, nenhuma atividade vital, como contração muscular ou transmissão nervosa, seria possível.
Além de sua função energética, elas também participam de outros processos importantes, como a regulação da morte celular programada (apoptose) e o controle do metabolismo de cálcio.
O papel da CoQ10 na produção de ATP
A CoQ10 é fundamental para que as mitocôndrias consigam produzir ATP de forma eficiente.
Isso porque ela transporta elétrons dentro da cadeia respiratória. O que garante a continuidade do processo que resulta na síntese de energia.
Então, quando há deficiência de coenzima Q10, a produção energética cai. O que pode refletir em fadiga, irritabilidade, fraqueza muscular e disfunções em órgãos vitais, como coração, fígado e rins.
Além disso, alguns estudos demonstram que a CoQ10 ajuda a estabilizar a membrana interna das mitocôndrias, prevenindo falhas no transporte de elétrons que poderiam provocar excesso de radicais livres.
Outro ponto importante é sua atuação no estímulo à biogênese mitocondrial. Ou seja, ela pode ajudar na formação de novas mitocôndrias, ampliando a capacidade energética do organismo.
Como a CoQ10 protege as mitocôndrias contra o estresse oxidativo?
O estresse oxidativo é provocado pelo excesso de radicais livres, gerado por poluição, exposição excessiva à radiação solar, má alimentação, estresse, bebidas alcoólicas e tabagismo.
Em geral, os radicais livres são moléculas instáveis que, em quantidades moderadas no corpo, contribuem para a defesa contra infecções.
No entanto, o excesso dessas moléculas é altamente prejudicial. Visto que, quando não controlado, o estresse oxidativo causa mutações no DNA, oxidação de lipídios e de proteínas.
Além de contribuir para o surgimento de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas e câncer.
Neste contexto, a CoQ10 funciona como uma defesa, já que ela também tem ação antioxidante. O que minimiza a ação excessiva dos radicais livres e seus danos subsequentes.
Por estar localizada nas membranas mitocondriais, ela intercepta radicais livres logo no ponto onde são mais produzidos.
Isso evita danos diretos às mitocôndrias e impede que esses efeitos se espalhem para o restante da célula.
Além disso, a CoQ10 atua em conjunto com outras moléculas antioxidantes, como a vitamina E e a vitamina C.
Relação entre níveis de CoQ10, envelhecimento e queda de energia
À medida que envelhecemos, a produção natural de coenzima Q10 diminui de forma progressiva.
Em resumo, essa queda está ligada à redução da capacidade das mitocôndrias de gerar ATP. O que pode explicar a perda de vitalidade e energia naqueles com idades mais avançadas.
Entre os 40 e 60 anos, essa diminuição pode chegar a quase metade do que o corpo produzia na juventude.
Além do fator etário, outros elementos também podem acelerar essa queda, como dietas pobres em nutrientes, sedentarismo, estresse crônico e uso contínuo de medicamentos, como estatinas.
Como consequência, pessoas com baixos níveis de CoQ10 podem apresentar mais cansaço, dores musculares, menor capacidade de concentração e risco aumentado de doenças degenerativas.
Evidências científicas sobre suplementação de CoQ10
Pesquisas demonstram que a suplementação de CoQ10 pode trazer benefícios expressivos.
Em pacientes com insuficiência cardíaca, por exemplo, o uso regular pode melhorar a função cardíaca e reduzir a frequência de hospitalizações.
Enquanto em indivíduos com enxaqueca, estudos apontam diminuição da frequência e intensidade das crises.
Além disso, há investigações sobre sua eficácia em doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer, já que a coenzima Q10 protege os neurônios contra o estresse oxidativo.
Em atletas, a suplementação mostrou aumento da resistência física e recuperação mais rápida após treinos intensos.
Sendo assim, ainda que os resultados variem entre indivíduos, os dados reforçam que a CoQ10 tem potencial terapêutico relevante.
Como aumentar os níveis de CoQ10?
É possível aumentar os níveis de CoQ10 no corpo de duas maneiras: por meio da alimentação ou suplementação.
As fontes alimentares de CoQ10 são ovos, leite e derivados, carnes vermelhas, aves e peixes como salmão, sardinha e atum, brócolis, espinafre, couve, abacate, sementes e oleaginosas.
No entanto, a depender do caso, a quantidade obtida pela dieta dificilmente é suficiente para suprir necessidades aumentadas. O que acontece, por exemplo, em idosos ou pessoas com doenças crônicas.
Por isso, a suplementação é melhor recomendada nestes casos. Mas o ideal é consultar seu médico ou nutricionista para fazer uma avaliação individualizada.
Quem não precisa suplementar CoQ10?
A necessidade individual de suplementação de coenzima Q10 deve ser avaliada por um profissional de saúde.
Contudo, de forma geral, pessoas jovens e saudáveis não precisam suplementar. Uma vez que o organismo nesta fase consegue sintetizar CoQ10 em quantidade suficiente para manter energia e proteger as células.
Além disso, indivíduos que têm uma alimentação variada e equilibrada, com consumo regular de fontes naturais da substância também não precisam.
Bem como, pessoas sem doenças crônicas ou condições que aumentem o estresse oxidativo, pois nesses casos a demanda do corpo é menor.
Por fim, quem não faz uso contínuo de medicamentos que reduzem a produção de coenzima Q10, como as estatinas.
Ou seja, se a pessoa é jovem, saudável, pratica hábitos de vida equilibrados e não apresenta sintomas de fadiga, queda de energia ou problemas relacionados ao envelhecimento precoce, geralmente não há necessidade de suplementar.
Porém, o ideal é sempre procurar um médico ou nutricionista para avaliar individualmente e com segurança.
Referências
JACOBS, M. A. P.; ACCURSIO, W. Coenzima Q10: Aplicações clínicas. BWS JOURNAL. v. 3, p. 1-7, 2020.
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